quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Projeto BH Instrumental dá início à temporada de 2010 com espetáculo gratuito



Tributo ao saxofonista John Coltrane

Uma grande festa em praça pública em homenagem a um dos mais importantes nomes da música mundial marca o início da temporada 2010 do projeto BH Instrumental. No dia 26de fevereiro, sexta-feira, às 20h, na Praça Floriano Peixoto, em Santa Efigênia, o saxofonista, flautista, compositor e arranjador Nivaldo Ornelas – acompanhado pelos parceiros Kiko Continentino (piano), Paulo Braga (bateria) e Sérgio Barrozo (baixo) –protagoniza o espetáculo Tributo a John Coltrane, em que desenrola repertório híbrido, focado, em maior parte, nos clássicos do cancioneiro coltraniano, sem esquecer de composições do próprio Ornelas. O BH Instrumental é uma realização da Veredas Produções com o apoio institucional do Instituto Unimed-BH através de doações de pessoas físicas e conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O espetáculo não só reverencia o talento e a força do ícone jazzista como também diz muito sobre a trajetória de Ornelas na música – segundo o instrumentista belo-horizontino, John Coltrane foi o responsável por ele se tornar saxofonista. Nivaldo começou tocando acordeom. Quando entrou para a Escola de Formação Musical da Polícia Militar de Minas Gerais, passou para o clarinete. Estava, então, com 12 anos e o seu sonho era fazer música erudita. Não conhecia muito de música popular e muito menos do jazz. Foi aí que o amigo Antonio Morais lhe apresentou discos do Charlie Mingus, Dave Brubeck e Miles Davis. Ornelas gostava da sonoridade e da expressão.

Ouviu John Coltrane pela primeira vez na casa do amigo Célio Balona. O disco era “The Prophet – Monk & Coltrane” e a música, “Ruby my Dear”. O impacto foi grande e o efeito imediato: decidiu tocar saxofone. Era a música que ele queria fazer. Como saxofonista, Nivaldo Ornelas é autodidata e considera John Coltrane foi o seu grande mestre.

NIVALDO ORNELAS

O belo-horizontino Nilvado Ornelas foi um dos fundadores do Berimbau Jazz Clube, ponto de encontro dos músicos mineiros nos anos 60. Logo depois, participou do Clube da Esquina.

Entre os festivais que participou destacam-se o Free Jazz (RJ/SP), Tudo é Jazz (Ouro Preto), Tim Festival (RJ/SP), Búzios Jazz e Blues, além de alguns dos festivais de maior prestígio no exterior, como Montreux (Suíça), Live Under the Sky (Japão), Chicago Jazz Festival (EUA), Festival de Estoril (Portugal) e Newport Jazz Festival (EUA).

Sua carreira abrange também composições para cinema, teatro e balé. Entre os prêmios que recebeu destacam-se: o de Melhor Trilha sonora para a peça “O Encontro Marcado”, de Fernando Sabino, o de melhor música original para o filme “A Dança dos Bonecos”, de Helvécio Ratton.

Entre os discos produzidos como solista destaques para “Portal dos Anjos” – Troféu Villa-Lobos; “Viagem Através de um Sonho” – Troféu Chiquinha Gonzaga; “À Tarde” (França); “Som/Fantasia” (editado também em Portugal); “Aquarelas – A Música de Ary Barroso”, “Arredores” – Prêmio Sharp.

Nos últimos anos, Nivaldo atuou como solista com a Rio Jazz Orchestra e com a Orquestra de Jazz de Curitiba. Também integrou a UFRJazz Ensemble. Foi convidado do Projeto Circular Brasil, da Série MPB & Jazz com Orquestra Sinfônica Petrobras, e coordenou o Rio Jazz Instrumental por dois anos consecutivos. Em 2009, lançou o CD “Fogo e Ouro”, pelo selo Amigos no Tom, do SESC.

O PROJETO
O BH Instrumental é o nome que a já conhecida Série Instrumental passou a assumir em 2009. A mudança não afeta a essência do projeto, que, realizado nos anos de 1997, 1998 e 2008, pela Veredas Produções, já trouxe a Belo Horizonte um rol extenso de importantes artistas que se dedicam à música instrumental, em shows de altíssima qualidade, com completa infra-estrutura e ingressos acessíveis.

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