terça-feira, 5 de abril de 2011

Projeto Quinta Musical traz de volta o gaitista Gil Botelho com o show Vivências Brasileiríssimas

Recordista de público no Projeto Quinta Musical, o gaitista GIL BOTELHO volta no dia 07 de abril, quinta-feira, às 20h, no PizzabaR (Av. do Contorno, 1.636 – Floresta – BH – MG) com o show ‘Vivências Brasileiríssimas’, que terá como convidado especial o grande sanfoneiro JUVENTINO MIRANDA, natural de Salinas, no Vale do Jequitinhonha, que é também um dos mais conceituados advogados de Minas Gerais.

Natural de Rubim/MG, no Baixo Jequitinhonha, o gaitista Gil Botelho, hoje aos 62 anos, construiu trajetória musical totalmente autodidata. Da infância vivida na fazenda da família, um ouvido atento, em seus 7 anos de idade, às músicas tocadas no rádio: Gonzagão, Vicente Celestino, Sílvio Caldas, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Lupicínio e outros brilhos que mais tarde seriam registrados como sua primeira influência musical direta. A gaita: Mesmo no interior, a espera do Papai Noel, era cultivada pelas crianças, nas noites de Natal.

O pequeno Gil, colocava seus sapatinhos na janela e, durante anos, recebia o mesmo presente: a fruta da época – uma manga. Mas em 1956, uma surpresa: ao verificar o sapatinho deixado, viu que o bom velhinho havia deixado algo diferente. Como um menino comum, esperava um carrinho, uma bicicleta ou algo assim. Mas, o presente deixado (na verdade pela tia), era uma gaitinha bem simples, de pouca qualidade e do menor preço possível. Pensou: “que Papai Noel pão duro”! Comparando-se com os colegas, com raiva, nem teve coragem de mostrar o presente a ninguém. Ainda com raiva, começou a soprar “aquilo, para estragá-la e jogá-la ao lixo. Ela tinha 8 notas. O dom musical premeditava.

Na época ouvia músicas de sucesso: Cabecinha no ombro, Diana, Asa Branca... Percebi que algumas daquelas notas da gaitinha estavam nas músicas... Numa época em que deficientes eram bem mais discriminados, os meninos continuavam a zombar e diziam que ‘aquilo era para cego pedir esmolas’. A raiva foi passando e continuei, às escondidas, soprando. Aos 10 anos, fui estudar em um internato, na cidade de Teófilo Otoni. Vez por outra soprava a gaita. Os novos colegas zombavam, colocavam bonés no chão, fortalecendo a idéia de que tocar era só para pedir esmolas. Até que um conterrâneo me falou: ‘não escute! Eles não têm talento, acredite em você. Isso é arte!’. O amigo verdadeiro, Idalízio Aranha, aprendeu violão, formou-se em Psicologia e, infelizmente, mais tarde faleceu na Guerrilha do Araguaia. Mas, as palavras dele, inspiraram o sopro mais forte em minha vida. Continuei tocando, comprei um instrumento maior e melhor e prossegui. Em 1962, fui estudar em Diamantina, e infalivelmente recebi as maiores influências musicais. Comprei, então, uma harmônica profissional. Hoje, continuo amando a música, o instrumento e sigo, aprendiz.” Em 1967, Gil Botelho mudou-se para Belo Horizonte, onde formou-se em Administração de Empresas, em 1978.

Foi funcionário da FIAT, casou-se, gerou filha, que gerou neta... Pecuarista, na região natal, em 1987 voltou à terra para administrar seus negócios de perto. Nunca parou de tocar. Passou uns tempos nos Estados Unidos, morou em Almenara e agora, há 8 meses, voltou a Belo Horizonte. Sua trajetória musical autônoma gerou encontros com músicos diversos, em participações especiais e ‘canjas’, entre eles: Carlos Farias, Marku Ribas, Alicinho, Foka Sena, Fernando Sodré, Miltinho Edilberto, Marcelo Drummond, entre outros.

Ouvido atento a gaitistas como Marcelo Batista, um de seus prediletos, Gil Botelho segue sua caminhada, tocando em frente, repertório vasto, cravado no melhor da música brasileira e outras vertentes que agradam de perto, ouvidos de fino trato. Autodidata, Gil – que será acompanhado pelos músicos HUGO (violão) e RICARDO (percussão) – traz no repertório deste show, músicas de Gonzagão, Chico Buarque, Caetano Veloso, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Sérgio Bittencourt, Dorival Caymmi, Geraldo Vandré, Renato Teixeira, Catulo da Paixão Cearense e outras riquezas do repertório brasileiro.

Projeto QUINTA MUSICAL 07/abril – GIL BOTELHO
Local: PizzabaR - Av. do Contorno, 1.636 – Floresta
Sempre a partir das 20 horas - Ingresso: R$10,00
Reservas de mesa – 3274.3136
Informações: 3274.3136 - 8893.7806 -8474.2050
(produtores: LUIZ TRÓPIA & TADEU MARTINS)

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